A partir de 4 de março de 2024, os ovos vendidos no Brasil deverão exibir a data de validade diretamente na casca, conforme determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Esta regulamentação foi estabelecida pela portaria 1.179, publicada em 5 de setembro de 2024, que concedeu um prazo de 180 dias para adaptação.
O objetivo desta medida é reforçar a segurança alimentar e facilitar o rastreamento dos lotes.
O Brasil, que é o sétimo maior produtor mundial de ovos, com uma produção anual superior a 52 bilhões de unidades, vê nesta norma uma mudança significativa para o setor.
Aumento do consumo interno de ovos
A alta no consumo interno, estimulada pela “dieta do ovo” promovida em 2024 e pelos preços elevados das carnes bovinas, tem levado os consumidores a buscar alternativas mais baratas.
Além da data de validade, cada ovo deverá ter o número de registro do produtor impresso na casca. A tinta utilizada deve ser específica para alimentos e atóxica, eliminando riscos de contaminação.
As embalagens secundárias, como caixas de papelão para dúzias, deverão indicar que a venda fracionada é proibida, caso não haja identificação individual dos ovos.
Exportações e elevação dos presos
A nova norma surge em meio a desafios, como a crise de gripe aviária nos Estados Unidos, que pode impactar os preços no Brasil. Apesar disso, o setor segue em crescimento, com exportações de ovos in natura e processados atingindo 18.469 toneladas em 2024.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), destaca que, mesmo com a alta demanda interna, as exportações permanecem elevadas.
“As exportações do setor, embora pressionadas pela alta demanda interna pelo produto, mantiveram-se em patamares muito acima ao ocorrido há dois anos”, diz Santin.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação dos ovos e das aves aumentou 1,69% em 2024. Segundo o Cepea, os preços no atacado variaram nas regiões produtoras.
Entre 11 e 12 de fevereiro de 2025, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos teve alta de 17,83% em Minas Gerais, 5,89% em Recife (PE) e 6,03% em São Paulo. Para os ovos vermelhos, os aumentos foram de 7,70%, 12,99% e 7,61%, respectivamente.
Os ovos são classificados em quatro tamanhos (jumbo, extra, grande e médio) e duas cores (brancos e vermelhos). Apesar do alto consumo interno, o Brasil também exporta ovos.
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